sexta-feira, 2 de abril de 2010

O que foi dito, foi dito.

A palavra. Pequena ou grande, suave ou agressiva. Sim ou não? Seu tamanho ou tom não é de extrema importância. Foi dita. E agora? Impensada! Pode mudar mais coisas do que esperava mudar. Mudar... Para melhor ou pior? Como adivinhar? Ah as palavras, como mexem com o nosso psicológico, de carinho e amor, nos fazem flutuar. As vezes mesmo ditas com inocência magoam. As vezes só se espera uma palavra, de conforto, amizade, amor, raiva, incompreensão. Muitas vezes a falta de uma palavra magoa, muitas vezes a própria palavra magoa. Uma palavra pequena para quem diz, enorme para quem escuta. Ah essas palavras, muitas vezes meu desejo era levar um soco para não escutá-las. Talvez doesse menos. O soco é passageiro, palavras ficam. É meu bem, eu acredito na força que as palavras exercem sobre nós e você? Ei garotinho, tome cuidado com o que diz tudo pode ser mal interpretado. Até o que vem com boas intenções. Paredes têm ouvidos e o mundo está cheio de gente mal intencionada. Poderá sua história chegar distorcida a outros ouvidos. E pra desfazer o mal entendido? Uma frase qualquer, se pronunciada com sinceridade pode me alegrar infinitamente, surpreender, iludir, entristecer, e isto tudo de uma maneira que não modifica depois. Ah se eu pudesse apertar delete ao cometer uma gafe, seriam menos oitocentos e noventa e nove micos em minha história. Mais é, o que foi dito, foi dito, não dá pra mudar, a cena não volta não muda. Poderá tentar concertar, me surpreenda se conseguir. Palavras, gestos, atos impensados ou sua ausência, magoam. Cada palavra tem seu momento a ser dita, e se dita fora de hora... E depois? Desculpa? Eu já pedi tantas desculpas, na infância, os pais, a professora e a irmã, forçavam desculpas toda hora. Não compreendia como uma palavra me liberava a dizer palavrão depois. Uma palavra me salvava de um castigo. Uma palavra e estava limpa novamente. Não era fácil dizê-la, algo como baixar a guarda, esmolar. Desculpas, desculpas e mais desculpas, a todas que me foram ditas, creio que poucas foram de coração. Mais me responde essa então: Desculpa é diferente de Perdão? É, se pedir desculpa já é tão difícil, pedir perdão é um tormento. Com perdão, os olhos devem estar fechados e a boca atenta como um ouvido. No perdão, percebo que viver não nos dá tudo, muitas vezes nos tira. No perdão, a lealdade não precisa perguntar. Perdoar é se dar conta de que o amor protege mais do que evita. Perdoar é enfrentar, desculpar é se esconder. Desculpas acontecem quando queremos nos livrar logo de algo, apenas nos redimir. O perdão é mais complexo. Já a mágoa é diferente, cada vez que magoar alguém pregue um preguinho em uma madeira, quando este pessoa lhe perdoar, retire o prego e repare, ali ficou uma marquinha. Talvez seja ingenuidade de minha parte acreditar que se uma promessa é feita, ela deverá ser cumprida. Não importa a ocasião. Se a intenção não era cumprir, por que é que prometeu afinal? Brincadeira? Achou graça? Será que era mesmo brincadeira? Ou apenas escolheu dizer por brincadeira o que não teve coragem de dizer por verdades? Toda brincadeira tem um fundo de verdade. Harmonize, sua fala, seu pensamento, com o momento e o sentimento. Controle sua língua, ou ela controlará você.

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